domingo, 20 de setembro de 2015

Trump patina nas pesquisas após debate nos EUA e Fiorina cresce


MUNDO:Favorito do partido republicano, pré-candidato vem caindo nas pesquisas. Após forte atuação no debate, Fiorina se fortaleceu nas pesquisas


Carly Fiorina e Donald Trump durante o debate presidencial nos EUA no último dia 16 (Foto: Lucy Nicholson/Reuters)

O candidato republicano favorito Donald Trump patinou nas pesquisas após o debate republicano da última quarta-feira (16), enquanto a ex-diretora-executiva da Hewlett-Packard Carly Fiorina chegou à segunda posição, de acordo com uma nova pesquisa publicada neste domingo.

A pesquisa da CNN/ORC ainda deixa Trump como líder, com 24% dos votos republicanos ao seu favor, mas isso significa que perdeu oito pontos em relação ao início deste mês.

"A única pesquisa que importa é a grande. Vocês sabem qual é. Refiro-me às eleições", disse Trump ao programa da rede CNN "State of the Union" em uma entrevista telefônica, acrescentando que estava surpreso pelos resultados.

Fiorina, por sua vez, se fortaleceu após uma grande atuação no debate, no qual alfinetou friamente o atrevido magnata por menosprezar sua imagem em comentários publicados pela revista Rolling Stone.

"Acredito que todas as mulheres deste país ouviram claramente o que o senhor Trump disse", lançou a candidata na quarta-feira com frieza, desencadeando um ruidoso aplauso na gigantesca sala.

A pesquisa da CNN concede a ela 15%, pouco à frente de Ben Carson, o neurocirurgião aposentado que até as últimas semanas era o oponente mais próximo de Trump.

Polêmica
O pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump sofreu críticas de rivais republicanos e democratas e da Casa Branca nesta sexta-feira (18) por não corrigir um homem que disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, é muçulmano durante um evento de campanha.

Trump, que no passado expressou dúvidas sobre se Obama nasceu nos Estados Unidos, ouviu de um homem durante um evento de campanha em Rochester, New Hampshire: "Temos um problema neste país. Ele se chama muçulmanos."

"Sabemos que nosso atual presidente é um deles. Sabemos que ele sequer é americano", acrescentou. Trump, favorito nas pesquisas para ser o candidato republicano à Casa Branca e que tem se envolvido em polêmicas diariamente, não interrompeu o homem ou contestou suas afirmações de qualquer forma

Em 2011, Trump deflagrou uma polêmica ao exigir que Obama mostrasse provas de que nasceu nos EUA. O presidente então mostrou sua certidão de nascimento provando que ele nasceu no Havaí, não no Quênia, como diziam alguns críticos. Obama também é cristão e compareceu a alguns cultos na igreja durante seu mandato.

"Alguém está realmente surpreso que isso tenha acontecido em um evento de campanha de Trump?", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, a jornalistas.

"As pessoas que têm essas visões ofensivas fazem parte da base do senhor Trump", acrescentou ele sobre o episódio, que também gerou críticas a Trump dos pré-candidatos democratas Hillary Clinton e Bernie Sanders.

Papa Francisco chega a Cuba para visita histórica de 4 dias


Em carro aberto, papa Francisco percorre caminho no sábado entre o aeroporto e a embaixada do Vaticano em Havana. Passagem foi vista por 100 mil pessoas, segundo a Santa Sé (Foto: Reuters)

O papa Francisco desembarcou no sábado em Cuba para sua primeira visita ao país.

A viagem ocorre poucas semanas após a retomada dos laços diplomáticos entre Havana e Washington, em processo impulsionado pelo pontífice.

Além de Havana, onde neste domingo ele celebra uma missa na Praça da Revolução, Francisco irá a Holguín e a Santiago de Cuba. O giro se encerra na terça-feira, quando ele parte para os Estados Unidos.

A BBC Brasil listou cinco dos principais pontos da visita do primeiro papa latino-americano à ilha caribenha.

1. Reaproximação com os Estados Unidos

Os governos de Cuba e dos Estados Unidos disseram que Francisco foi crucial na reaproximação que levou à retomada das relações diplomáticas entre os dois países.

Autor da biografia "O Grande Reformista: Francisco e a construção de um papa radical", o jornalista britânico Austen Ivereigh disse à BBC Brasil que o pontífice deu o pontapé inicial no processo há pouco mais de um ano, quando enviou cartas a Raúl Castro e Barack Obama.

Morador de Havana passa em frente à cartaz alusivo à visita do papa; pontífice estará até terça-feira na ilha (Foto: BBC Brasil)

"Adoraria saber o que estava escrito naquelas cartas, mas foi o suficiente para aproximá-los. Deve ter sido um apelo muito profundo para uma visão de futuro."

Para Ivereigh, a visita atual do papa leva o processo a outro patamar, já que ele viajará aos EUA em seguida.

Em Cuba, Francisco deverá ouvir apelos para que tente convencer o Congresso americano a derrubar o embargo econômico à ilha caribenha, que continua em vigor apesar da retomada do diálogo. Ele discursará a congressistas em Washington na quinta-feira.

Em Holguín, Francisco poderá tratar de outro tema sensível aos dois países: a base americana de Guantánamo. O governo cubano exige a devolução do território, ocupado pelos Estados Unidos em 1898, após a Guerra Hispano-Americana.

Holguín é uma das cidades cubanas mais próximas da base.

2. Presos cubanos

Um dos pontos mais sensíveis na relação entre a Igreja Católica e Cuba é a questão dos presidiários cubanos.

Papa Francisco e o líder cubano, Raúl Castro, durante primeiro dia da visita do pontífice (Foto: AFP)

Representantes da igreja e de organizações de direitos humanos criticam Cuba pelas condições de suas prisões e o tamanho de sua população carcerária.

Na semana passada, o governo acenou ao pontífice ao indultar 3.522 pessoas encarceradas por delitos leves.

Após vários anos sob cobrança para que divulgasse dados sobre suas prisões, o governo anunciou em 2012 que havia 57 mil detentos no país.

O número equivale a 518 presos por 100 mil habitantes, índice que supera o do Brasil (300 por 100 mil) e só é menor do que o dos Estados Unidos (698 por 100 mil).

3. Abertura econômica

Em célebre discurso durante a primeira viagem de um pontífice a Cuba, em 1998, o papa João Paulo 2º pediu que Cuba se abrisse ao mundo e que o mundo se abrisse a Cuba.

Jovens na recepção ao papa na chegada a Havana (Foto: Reuters)

Segundo o teólogo Frei Betto, a frase "foi muito importante para melhorar as relações de Cuba com muitos países do mundo", especialmente europeus.

Espera-se que Francisco reforce o discurso do pontífice polonês, que teve destacada atuação pelo fim do comunismo na Europa Oriental.

Cuba tem tentado atrair investimentos externos, mas empresários estrangeiros cobram reformas que diminuam a burocracia e a participação do Estado nos empreendimentos.

4. Abertura política

Segundo o bispo auxiliar da capital cubana, Juan de Dios Hernandez, Francisco tem crédito de sobra com o governo cubano para abordar mesmo os temas mais delicados.

Orla da capital cubana, Havana; em discurso, papa fez menção discreta a dissidentes do regime (Foto: BBC Brasil)

Um deles poderá ser a sucessão do presidente Raúl Castro, no poder desde 2008 e que assumiu após quase cinco décadas de governo do seu irmão Fidel.

Em discurso neste sábado ao lado de Raúl, Francisco fez uma referência sutil a dissidentes do regime ao se desculpar a pessoas que não encontrará na visita "por diferentes motivos".

Acredita-se que o presidente, hoje com 84 anos, ficará no cargo até 2018, mas um processo de transição poderá se iniciar em abril, quando o ocorre o próximo congresso do Partido Comunista de Cuba, também presidido por Raúl.

Analistas dizem que ele pode deixar a presidência do partido no congresso. Um dos mais cotados para assumir seu posto e, posteriormente, a presidência cubana, é o vice-presidente Miguel Diáz-Canel, de 55 anos.

5. Sincretismo

"Embora sejam muito religiosos, os cubanos não são propriamente católicos", diz o teólogo brasileiro Frei Betto

Ele afirma que grande parte da população cubana se identifica com o papa e a Igreja Católica, mas pratica uma fé com muitas influências africanas, que tem na santería sua principal expressão.

Fieis marcham em procissão à Virgem da Caridade, padroeira de Cuba (Foto: AFP)

Antecessor de Francisco, o papa Bento 16 (2005-2013) condenou o sincretismo. Em visita ao Brasil em 2010, ele se disse preocupado com "tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé católica".

Para Austen Ivereigh, que escreveu uma biografia de Francisco, o pontífice atual tem outras visões sobre o tema.

"Acho que Francisco sempre teve a visão de que, se essa é a fé das pessoas, devemos procurar Deus ali."

Segundo ele, o maior desafio em Cuba não são as crenças afrocaribenhas, mas aumentar o número de discípulos que praticam o catolicismo de maneira mais sistemática.

"A questão é: eles podem fazer isso antes que Cuba mude tanto? O medo da igreja é que, ao se abrir economicamente, Cuba possa ser tomada por valores de individualismo e consumismo antes de ter a chance de abraçar o evangelho."

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

É mentira da Veja', afirma Lula após matéria sobre corte do Bolsa Família

A revista Veja deste fim de semana informou, em reportagem, que o governo federal cortou o número de beneficiários do programa de distribuição de renda Bolsa Família em decorrência do ajuste fiscal. “É mentira da Veja: o governo não cortou o Bolsa Família”, escreveu Lula em sua página no Facebook.

Veja a NOTA DE ESCLARECIMENTO

A revista Veja desta semana mente quando diz que o governo corta benefícios do Bolsa Família para fazer o ajuste fiscal. O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado.

Veja erra quando diz que o número de famílias beneficiárias caiu para 13,2 milhões. A folha de pagamento de setembro repassou benefícios para 13,9 milhões de famílias. O número de beneficiários vem se mantendo estável desde 2012, com a saída de quem melhora de renda e a entrada de novas famílias.

O governo reafirma seu compromisso com o Bolsa Família e com as rotinas de controle, para que só recebam o benefício (em média R$ 167 mensais por família) os mais pobres, com renda de até R$ 154 por pessoa da família. Para manter o programa bem focalizado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome promove todos os anos a atualização dos cadastros e o cruzamento com outras bases de dados da União.

Neste ano, foram cancelados cerca de 800 mil benefícios de famílias identificadas em cruzamento de bases de dados de salários e aposentadorias (INSS, RAIS e CAGED) com renda acima do que estabelece a lei. No mesmo período, número equivalente de novas famílias passaram a receber o bolsa. Esse movimento é semelhante ao registrado no ano passado, ano eleitoral. O “pente-fino” de que Veja reclama é, portanto, uma rotina de controle muito bem sucedida que garante o foco do programa e zela pelo bom uso dos recursos públicos.

Além disso e diferentemente do que diz a Veja, o @Ministério Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) mantém rigorosamente o acompanhamento da frequência de crianças e jovens às aulas mensalmente, de forma a garantir a presença dos alunos na escola.

O MDS reitera que o Bolsa Família está integralmente preservado de cortes no Orçamento. Neste ano, a previsão de gastos é de R$ 27,7 bilhões. Esse dinheiro vem mantendo milhares de famílias fora da miséria e, mais importante, garante acesso a educação, saúde e serviços.